
Para explicar esta exigência, Jesus usa duas parábolas: a da torre a ser construída e a do rei que vai para a guerra. Esta segunda parábola diz: “qual é o rei que, estando para guerrear com outro rei, não se senta primeiro para considerar se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, quando o outro ainda está longe, envia-lhe embaixadores para tratar da paz” (Lc 14,31-32). Aqui Jesus não quer lidar com o tema da guerra, é apenas uma parábola. Mas neste momento em que estamos fortemente rezando pela paz, esta Palavra do Senhor nos toca, e nos diz que há uma guerra mais profunda que devemos combater, todos! É a decisão forte e corajosa de renunciar ao mal e suas seduções e escolher o bem, pronto para pagar em pessoa: eis o seguir a Cristo, eis o tomar a própria cruz! Esta guerra profunda contra o mal! Para que serve a guerra, tantas guerras, se você não é capaz de fazer esta guerra profunda contra o mal? Não serve para nada! Não dá... Isso envolve, entre outras coisas, esta guerra contra o mal comporta dizer não ao ódio fratricida e as mentiras de que se serve; dizer não à violência em todas as suas formas; dizer não à proliferação de armas e seu comércio ilegal. Exige muito! Exige muito! E sempre fica a dúvida: essa guerra lá, essa outra ali - porque há guerras por toda parte - é realmente uma guerra por problemas ou é uma guerra comercial para vender armas no comércio ilegal? Estes são os inimigos a serem combatidos, unidos e com coerência, não seguindo outros interesses senão o da paz e do bem comum.
Queridos irmãos e irmãs, hoje também recordamos a Natividade da Virgem Maria, Festa particularmente cara para as Igrejas Orientais. E todos nós, agora, podemos enviar uma saudação a todos os nossos irmãos, irmãs, bispos, monges, freiras das Igrejas Orientais, Ortodoxas e Católicas: uma bela saudação! Jesus é o sol, Maria é a aurora que anuncia o seu nascer. Na noite passada, fizemos vigília confiando à sua intercessão a nossa oração pela paz no mundo, especialmente na Síria e em todo o Oriente Médio. Nós A invocamos agora como Rainha da Paz. Rainha da Paz, rogai por nós! Rainha da Paz, rogai por nós!
CIDADE DO VATICANO, 08 de Setembro de 2013